Judo: Vencer e aprender

O objetivo é simples: para ganhar é preciso derrubar o adversário. Foi com este espírito que atletas de palmo e meio se enfrentaram no tapete do Pavilhão Desportivo da Universidade Lusófona, no último domingo, dia 8 de junho.

O VII torneio de judo infantil organizado pelo Clube de Judo da Lusófona juntou pais, filhos, professores e amigos. Os primeiros a prestar prova foram os mais pequenos nascidos nos anos 2006 e 2007.

A primeira regra é descalçar os sapatos, que já se vão amontoando à entrada do tapete gigante improvisado para o evento. Uns vão para junto dos amigos e abraçam-se, outros preferem as brincadeiras onde as correrias não podem faltar.

É hora do treino. O professor chama-os pela cor do cinturão. Primeiro os laranjas depois os amarelos. Os de cinto branco vêm a seguir daqueles que usam os chamados cintos intermédios de duas cores, neste caso os amarelos e laranjas.

Na cultura judoca as cores são uma das bases da modalidade. Os laranjas simbolizam o otimismo e mostra-nos que o praticante é encorajado a vencer. Os amarelos procuram estimular a sua criatividade e saberes mas também mostra que o praticante já tem um certo equilíbrio e segurança naquilo que faz. Aqueles que usam os cintos brancos trazem consigo a pureza e a necessidade de procurar novos conhecimentos – normalmente são utilizados pelos iniciantes. Por fim, os cintos intermédios vão variando de cor até que o atleta atinja o cinto preto.

Brincar a aprender

A prática desportiva é recomendada por médicos e especialistas no combate ao sedentarismo, principalmente nas crianças. A importância desta modalidade, em especial, é vista por André Rosa, professor de judo e atleta federado, como “uma mais-valia” para o desenvolvimento pessoal dos mais pequenos pois ajuda-os “a saber ganhar e a perder”, diz.

Com o judo vêm mais alguns benefícios. Aprender a ser corajoso e a enfrentar os medos são outras características mencionadas por André que defende o “benefício mútuo” do judo. Ganhar ou perder não deve ser “um obstáculo”, diz, uma vez que o que importa aos atletas é “ficarem mais fortes”.

Para os pais destas crianças a opinião é igualmente positiva pois a atividade desportiva funciona como uma forma de “brincar a aprender”.

Hora do treino

O aquecimento já começou. No tapete o professor testa a atenção das crianças que procuram ouvir tudo o que é dito. Sabem de cor e salteado os exercícios e posições certos. “Vão ter de estar muito atentos”, diz agora uma voz feminina.

Telma Monteiro, a atleta com mais títulos no mundo do judo esteve presente e participou na aula interativa onde teve a oportunidade de mostrar aos mais novos algumas das técnicas utilizadas em competição. Com a ajuda de André Rosa, exibiu a maneira correta de atirar o adversário ao chão.

Após a demonstração foi altura de colocar em prática o que aprenderam. Organizados em pares chegou o momento de executarem o exercício tendo em conta os pormenores explicados pela judoca.

Ataque e contra-ataque

O evento organizado por graúdos foi pensado para os mais novos e protagonizado por eles. Desta vez são os benjamins e infantis – nascidos em 2002 e 2003 – a mostrarem o que valem. O torneio conta com três combates, cada um com três minutos, e tem, mais uma vez, o objetivo de deitar o adversário ao tapete. Nesta prova conta a iniciativa do atleta em atacar e por isso os contra-ataques não são contabilizados.

“Vai Tomás!”. Um grupo de rapazes incentiva o amigo que parece estar a dar luta ao seu adversário. Depois de um movimento mais forte Tomás cai no tapete e sabe que perdeu. Os dois aspirantes a judocas cumprimentam-se e vincam a aprendizagem que André Rosa referiu enquanto conversava com o LOC: mesmo que um saia perdedor e o outro ganhe, ambos ficam mais fortes.

Patrícia Franco
Redação LOC